Eduardo Amorim; Eduardo Fernandez. 2020. Neea alumnorum (Nyctaginaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Costa et al., 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Belmonte, Firmino Alves, Santa Cruz Cabrália, Una e Uruçuca.
Árvore ou arvoreta com até 20,5 m de altura (Pignal et al., 2013), endêmica do Brasil (Costa et al., 2020), com distribuição: no estado da Bahia, municípios Belmonte, Firmino Alves, Santa Cruz Cabrália, Una e Uruçuca. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila (Costa et al., 2020). Popularmente conhecida como Farinha-seca-de-folha-grande e Farinha seca no Estado da Bahia (Costa et al., 2020). Apresenta EOO= 8236km², AOO= 28km² e cinco situações de ameaça. Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2020). Os municípios Belmonte (BA), Firmino Alves (BA), Santa Cruz Cabrália (BA) e Una (BA) possuem, respectivamente, 34,1% (65878,8ha), 77,54% (13365,1ha), 35,19% (51376,1ha) e 13,8% (16873,1ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). Os municípios Belmonte (BA) e Santa Cruz Cabrália (BA) possuem, respectivamente, 9,34% (18109ha) e 14,14% (20685ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situações de ameaça. Assim, Neea alumnorum foi avaliada como Vulnerável (VU) à extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e Conservação ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Itororó - 35 (BA).
Descrita em: Adansonia, sér. 3, 35(1): 22–27, figs. 1–5, 6B–D, 7C, 2013. É afim de Neea floribunda, mas difere por apresentar grandes variações morfológicas tanto no tamanho e forma do aparato vegetativo, quanto nas inflorescências. Uma certa uniformidade é, no entanto, observada em espécimes originários da mesma região (Pignal et al., 2013). Popularmente conhecida como Farinha-seca-de-folha-grande e Farinha seca no Estado da Bahia (Costa et al., 2020).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat | past,present,future | national | very high |
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA) (MapBiomas, 2020), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem. Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.3 Indirect ecosystem effects | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | past,present,future | regional | high |
A região de Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro apresentou um crescimento urbano mal planejado representado pela ocupação desordenada e pela descaracterização da paisagem. Isto ainda é agravado devido ao turismo que causa um aumento demográfico sazonal e, consequentemente, de lixo e esgoto (Carvalho, 2008). Desenvolvimento do turismo se impôs como a principal atividade econômica da região de Porto Seguro, devido aos seus inúmeros recursos turísticos. Houveram políticas governamentais de modernização de infra-estrutura turística local, porém, devido ao mal planejamento, acarretou em uma ocupação desordenada do espaço urbano (Carvalho, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | high |
Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30000 ha de cobertura florestal (Paciência e Prado, 2005), 40000 ha em estágio inicial de regeneração e 200000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger e Caldas, 1996). Especificamente em Una, 27% da cobertura florestal é ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau e 2 de plantação de seringa (Pardini, 2004). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência e Prado, 2005). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | low |
Os municípios Belmonte (BA) e Santa Cruz Cabrália (BA) possuem, respectivamente, 9,34% (18109ha) e 14,14% (20685ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat | past,present,future | regional | high |
Na região de Belmonte e Canavieiras, a supressão da floresta torna-se mais significativas no século XX, com a instalação de novas formas de utilização da terra como a expansão da pecuária (Nascimento & Dominguez, 2010). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | very high |
Os municípios Belmonte (BA), Firmino Alves (BA), Santa Cruz Cabrália (BA) e Una (BA) possuem, respectivamente, 34,1% (65878,8ha), 77,54% (13365,1ha), 35,19% (51376,1ha) e 13,8% (16873,1ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 4.1 Roads & railroads | habitat | past,present,future | regional | high |
Na década de 50 houve a abertura da BR 101 sendo asfaltada em 1973, que interliga as cidades de Porto Seguro – Santa Cruz Cabrália (Carvalho, 2008). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | high |
Nos municípios baianos de Belmonte e Uruçuca, restam respectivamente 87% e 82% da cobertura original de Mata Atlântica encontram-se desmatados (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2011). O município de Una com 117174 ha possui 44914 ha que representam 38% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Uruçuca com 39198 ha possui 7453 ha que representam 19% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Itororó - 35 (BA). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Costa de Itacaré/Serra Grande e Parque Estadual da Serra do Conduru. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |